domingo, 29 de junho de 2014

A Teoria da Dissonância Cognitiva de Leon Festinger

   
      Boa Tarde, Queridos Leitores!

     Chegamos ao fim de um semestre muito proveitoso, com abordagens sobre temas muito interessantes, dos quais eu tenho certeza que levaram vocês a pensar melhor sobre os assuntos aqui propostos.

     Para finalizar com chave de ouro, gostaria de propor aqui um ultimo tema: a Teoria da Dissonância Cognitiva. Muitos de nos não sabemos o que esse termo significa, mas o texto de hoje (A Teoria da Dissonância Cognitiva de Leon Festinger, texto publicado por ele em 1957) nos explica muito bem o que é.

   
     De forma simples, a dissonância cognitiva é a contradição. Quando alguém possui uma determinada crença sobre algo e age de forma diferente daquilo que acredita, acontece então uma situação de dissonância. Ela é responsável pela inconsistência no comportamento dos indivíduos. Por exemplo: Uma pessoa sabe que não se deve dirigir depois de ingerir bebida alcoólica, ela tem plena convicção disso. Porem, certo dia ela resolve ir dirigindo para uma festa e la ele bebe com os amigos e no final volta para casa dirigindo. Nesse ultimo momento, ela age de forma contraria ao que pensa, mas muitas vezes faz isso pensando que o risco que ela estará correndo, valera a pena.

     A ideia de cognitivo é a convicção que um determinado individuo tem a respeito de si mesmo e do ambiente que ele se encontra. A teoria da dissonância cognitiva esta baseada na premissa que de uma pessoa se esforça ao máximo a fim de manter a coerência entre suas cognições, ou seja, suas convicções, opiniões a respeito de um determinado assunto.

     A incoerência entre os seus atos e o seu modo de pensar, ou seja, a dissonância, pode levar a pessoa a ficar incomodada com tal situação e resolver reduzir essa diferença e com isso tentar chegar a coerência. Para tentar reduzir essa dissonância, a pessoa pode mudar a cognição a respeito do seu comportamento ou mudar a respeito do conhecimento que tem sobre os efeitos da situação. Um exemplo que o texto nos da: a fome. Primeiro sentimos o incomodo por estarmos com fome, para só então decidirmos reduzi-la. Pensando na mudança de comportamento, a pessoa reduz a dissonância ingerindo algum alimento, acabando com a fome. Já pensando no conhecimento dos efeitos, a pessoa passa a ter consciência de que deve alimentar-se pois caso contrario ela pode desmaiar. Ou seja, ela coloca os benefícios da sua atitude acima de tudo.

     Pensando nessa linha de raciocínio, a pessoa pode também evitar certas situações que aumentam a dissonância, visto que ela já tem consciência do incomodo que é causado. 

     
     Festinger fala no texto sobre a “evitação do aumento de dissonância” que pode ser confundida com a redução da dissonância. Para ele, a evitação ocorre quando a pessoa evita adquirir novas informações que podem aumentar a dissonância. Por outro lado, a “redução” pode ocorrer quando a pessoa procura por informações a fim de ter argumentos que a levem a pensar melhor sobre continuar ou não dissonante.  

      Agora, vamos parar para pensar um pouco... Quais os fatores que nos levam a dissonância?

     Podemos citar alguns deles: a inconsistência lógica, os hábitos culturais que adquirimos desde pequenos e que uma determinada situação nos leva a pensar diferente, uma opinião especifica a respeito de um determinado assunto, alguma experiência vivida anteriormente.

     A magnitude de uma dissonância esta nas características dos elementos que causam a mesma. Quanto maior a importância de cada elemento, maior a magnitude da dissonância. A magnitude da dissonância é muito importante para determinar a pressão que terá para reduzir a dissonância. Quanto maior a dissonância, maior será a intensidade da ação que terá que ser feita para reduzir a dissonância e por sua vez, maior será a evitação de situação que aumentara de novo essa dissonância. Podemos reduzir a magnitude da dissonância adicionando a ela novos elementos cognitivos, como por exemplo reduzir a importância da dissonância para a pessoa, ou seja, mostrando que existem situações piores, ou também reduzi-la por “reconciliação”, ou seja, unindo dois conhecimentos.

     Também ocorre a resistência pela redução da dissonância, uma vez que a pessoa resiste em mudar os elementos que estão envolvidos na dissonância. Podemos citar alguns desses elementos: 1. Os Comportamentais. Quando a pessoa liga os elementos a sua realidade, algo que ela comprova com o que esta vendo; ou quando aquela mudança pode lhe causar dor ou algum prejuízo pessoal; ou quando ela esta satisfeita ou confortável com aquela determinada situação; ou por ter certeza que não pode mudar a situação. 2. Os Ambientais. Esses se assemelham aos comportamentais quando a possibilidade de mudança é praticamente nula, mas especificamente quando aqueles elementos são diferentes da realidade vivida pela pessoa.

     Após toda essa parte digamos que teórica, queria compartilhar com vocês o meu pensamento a respeito de tudo isso. Eu acredito e concordo que de fato, quando estamos em dissonância e percebemos isso, já que nos incomoda muito, na maioria das vezes, buscamos encontrar meios de minimiza-la e eu penso que deve ser exatamente essa a nossa atitude, afinal.. ninguém gostar de não se sentir confortável com determinada situação. Mas também devemos pensar que as pessoas possuem pensamentos/conhecimentos diferentes uma da outra e que algo que é dissonante para uma pessoa pode não ser para a outra, dessa forma, a analise deve ser feita de acordo com cada referencial, de acordo com cada pessoa, acima de tudo respeitando-a.

     Eu, particularmente, achei o tema muito interessante, pois deixa mais “técnica” algumas ações que acontecem no nosso dia a dia. A ciência se mostra capaz de nos explicar atitudes que às vezes não damos a devida importância, mas que com o conhecimento, podemos muda-las, melhorando a nossa vida e aperfeiçoando o nosso jeito de pensar.

     E você, caro leitor? O que achou do tema abordado hoje? Você já tinha pensado sobre toda essa complexidade que rodeia a dissonância? Ou é a primeira vez que lê algo sobre o tema? Assim como eu, acredita que a dissonância depende de cada pessoa ou discorda achando que ela é uma para todas as pessoas em todas as situações? Eu gostaria de saber o que você pensa a respeito do tema, apos essa leitura de hoje. O espaço esta aberto, caso você queira fazer algum comentário, ou caso você queira acrescentar alguma informação adicional, também sera muito valida.

     Espero que não tenha ficado muito complicado para vocês entenderem o que eu quis dizer, mas para aqueles que sentiram um pouco de dificuldade no tema, digo-lhes que eu também a tive e que não foi muito fácil passar para vocês o pouco que eu entendi kkkk Sugiro, aqueles que se interessaram pelo tema, que pesquisem mais afundo sobre ele. Tenho certeza que vocês descobrirão coisas novas e que elas vão fazer vocês se interessarem ainda mais. 

     Pensando nessa dificuldade, deixo aqui para vocês, o link de um vídeo que achei no youtube, que diz respeito ao experimento que Leon Festinger e o seu colega de pesquisa, M. Carlsmith fizeram a respeito da Teoria da Dissonância Cognitiva.

                                       http://www.youtube.com/watch?v=Wvx-gW4vUSc

     Espero que esse vídeo ajude vocês a entenderem mais sobre o assunto, pois ele me ajudou bastante!

     Ate uma próxima oportunidade e muito obrigada pela atenção.

     Atenciosamente,
     Nathália Teixeira





Referencia textual: Festinger, L. (1957) Teoria da Dissonância Cognitiva, Rio de Janeiro: Zahar.

terça-feira, 10 de junho de 2014

O Experimento da Obediência (Stanley Milgram)



             Boa Tarde, Queridos Leitores!

     O nosso tema de hoje diz respeito a obediência e a forma como ela domina a sociedade. Algumas vezes ao recebermos ordens de alguém, nos perguntamos se devemos obedece-las ou não, mas em outras vezes simplesmente realizamos a ordem dada sem ao menos nos questionarmos o porque de estarmos obedecendo.
O texto que exploraremos hoje tem como objetivo mostrar a experiencia de Stanley Milgram, professor-assistente da Universidade de Yale. O experimento foi feito com a finalidade de testar ate qual ponto uma pessoa poderia aplicar dor a outra pessoa pelo simples fato de estar obedecendo ordens de uma autoridade.

    Os estudiosos da época de Milgram acreditavam que o fato de uma pessoa possuir o caráter obediente era devido a experiencias que ela havia vivido na infância, mas Milgram acreditava que a obediência decorria da situação que a pessoa estava passando e não da personalidade de ela possuía ou havia adquirido.

     Por meio de um anuncio de jornal (imagem ao lado), ele tentava recrutar pessoas para ajuda-lo em estudo sobre a memoria e para isso ele pagava 4 dólares por hora. A pessoas que se interessaram foram ao local indicado por ele e la ele explicava o experimento.
     No experimento haveriam dois candidatos, um seria o professor, aquele que foi atraido pelo anuncio e o outro seria o aluno, um ator contratado. O primeiro realizaria o papel de um professor, ele falaria uma ordem de palavras ao aluno e esse deveria reproduzir as palavras na mesma ordem dita pelo professor. Caso o aluno errasse, o professor o puniria acionando a maquina que dava choques. Essa maquina porem, não dava choques de fato, mas estava ali para fazer com que o candidato acreditasse que ela dava. O aluno por sua vez, fingiria estar recebendo os choques para que o candidato acreditasse na veracidade da pesquisa.
     Apos a explicação eles começaram o experimento, o candidato professor sentava em uma cadeira de frente a mesa com a aparelhagem que dava choque e o candidato aluno sentava em uma cadeira que estava ligada por fios com o aparelho de choque. O experimento começava com a voltagem minima de 15 volts e a cada erro do aluno essa voltagem ia aumentando ate chegar a 400 volts, sendo essa a voltagem máxima. Com o passar do experimento, o candidato aluno pediu para parar, pois estava sentindo muita dor. O candidato professor  perguntou ao inspetor, que estava supervisionando as acoes dele, se ele poderia parar, o inspetor por sua vez disse que ele deveria continuar e assim ele fez ate que os choques chegaram a 400 volts.
     Foi interessante notar que quando era colocado um professor ator para dar os choques e esse desobedecia a ordem de continuar, os candidatos professores seguintes (os que foram atraídos pelo anuncio) também desobedeciam a ordem.
     Ao finalizar o experimento, foi concluído que 65% dos candidatos continuaram o experimento mesmo vendo o aluno sofrer com a dor dos choques, ou seja, eles obedeceram fielmente a ordem dada pelo inspetor sem se preocupar com o outro. Para Milgram, o experimento teve uma porcentagem muito alta de permanência
     Depois de vê o resultado da pesquisa, a autora do texto que estamos analisando, procurou os 35% dos candidatos que desistiram do experimento antes do final do mesmo e ela pode concluir que em primeiro lugar eles desistiram do experimento pelo medo de terem um ataque do coração devido ao estresse que estavam passando com a situação e em segundo lugar por terem se preocupado com o aluno que estava sofrendo com os choques. Por meio disso, podemos concluir que eles pensaram primeiro neles e só depois no outro.
     Um dos relatos coletados pela autora foi de um homem que foi ate o final da pesquisa e depois de finaliza-la descobriu que era tudo uma farsa. Ele ficou questionando sua obediência e então relatou que ele havia se descoberto homossexual e que estava escondendo essa identidade, mas depois do experimento ele pode perceber que aquela era mais uma manifestação de obediência perante a sociedade. Para esse homem o experimento mudou sua vida.
     Agora vamos fazer uma pequena analise... Porque os 65% não desistiram da pesquisa também? Sera que foi porque eles não tiveram do da outra pessoa que estava recebendo o choque ou por causa de algum motivo pessoal deles?
     Apos ler o texto eu fiquei me perguntando o que pode levar uma pessoa a realizar um experimento desses e ir ate o fim. Confesso que sou muito sensível com essas questões envolvendo outras pessoas, principalmente se essas estiverem sofrendo e que muitas vezes penso mais nos outros do que em mim mesma, por isso não me vejo realizando esse experimento. Mas sera que se eu tivesse la ao vivo e a cores, passando por aquela situação, eu não seria levada a realizar tal experimento?
     E você, caro leitor? Seria capaz de apertar um botão que desse choque em uma outra pessoa, fazendo com que ela sofresse? Ou você acha que faria isso devido a obediência adquirida desde pequeno, quando os seus pais mandavam e você obedecia, sem questionar ou pensar em outras alternativas? Pensem sobre isso...!
     Aos que se interessaram pelo experimento de Stanley Milgram, deixo aqui o link de um video que mostra bem como ele funcionou. Vale a pena ver!
                                     
                                     http://www.youtube.com/watch?v=VT3wKbBNo64

     Referencia do texto: Slater, L.(2004) Mente e Cérebro. Rio de Janeiro: Ediouro.