sábado, 22 de março de 2014

Como Lidar Com Emoções Destrutivas - O Lama no Laboratório


            O texto de hoje será inspirado na obra “Como Lidar com Emoções Destrutivas”  de Dalai Lama e Daniel Goleman, mais especificamente do seu primeiro capitulo, “ O Lama no laboratório”.
             
             O nosso personagem principal possui um nome fictício, Lama Oser. Oser nasceu na Europa e se converteu ao budismo, passou mais de 30 anos recebendo sua educação de monge tibetano no Himalaia, e teve a honra de passar, também, muitos anos ao lado de um dos maiores mestres espirituais do Tibete.
             Oser foi convidado a participar de uma pesquisa inovadora, onde seria examinado, enquanto meditava, pelos mais modernos aparelhos de exame do cérebro. Outros testes semelhantes a esse já foram realizados, mas não com tamanho aprofundamento. A pauta dessa pesquisa então, seria avaliar a meditação, afim de alcançar uma solução pratica para o eterno enigma humano de como lidar com as diversas emoções destrutivas que possuímos.
             Aqui, no Ocidente, sempre que apresentamos algum tipo de problema, recorremos sempre ao bom e velho remédio. Oser, porém, fez uma proposta diferente e um tanto quanto interessante: as pessoas podem realizar mudanças cerebrais e podem também educar a mente a fim de controlar esses problemas emocionais que as afligem. Uma das formas de realizar tais mudanças seria por meio da meditação, um dos métodos de educação da mente que é ensinado pelo budismo.
             Com a sua proposta brilhante, Oser foi convidado por Richard Davidson, um famoso cientista que estava muito interessado em estuda-lo, a ir ao laboratório da Universidade de Winsconsin, no campus de Madison.  A equipe de Madison queria escolher um dos mais diversos métodos que meditação que o budismo tibetano podia oferecer, para estudar. No inicio a equipe sugeriu que fossem estudados três estados meditativos: uma visualização, a concentração em um ponto e a geração de compaixão, pois casa um dos métodos apresentava estratégias mentais totalmente distintas e com isso a equipe podia ter quase certeza de que encontraria diversas configurações fundamentais das atividades cerebrais. Depois foram acrescentados outros dois estados, a devoção e o estado aberto, esse ultimo era um estado de virgília sem pensamentos, onde a mente fica aberta, vasta e consciente, mas sem atividades mentais intencionais, segundo Oser.
           O estudo dos tais métodos envolvia colocar o Oser em um aparelho de scanner cerebral. Mas, ao contrario da maioria das pessoas que conhecemos e já ouvimos falar, Oser não estava com medo de entrar naquela imensa máquina de scanner, a fMRI (ressonância magnética por imagem em video), pois sua vontade de estar ali e poder ajudar era muito maior. Oser já entrava na máquina usando fones de ouvido para poder se comunicar com os pesquisadores, que estavam do lado de fora, e ser orientado por eles durante um longa e repetitiva série de controles, a fim de garantir que as imagens estavam sendo capturadas pela máquina. Durante todo o processo, Oser parecia imperturbável, ele foi submetido a passar pelos estados meditativos que estavam sendo estudados e ao final quando foi perguntado se achava necessário repetir algum deles, Oser pediu para repetir aqueles que ele achava mais importante, o estado aberto, a compaixão, a devoção e a concentração em um ponto. Após a repetição dos procedimentos, Oser saiu da máquina feliz e disse que para ele aquilo parecia um mini-retiro.
         Em seguida, ele foi encaminhado para fazer um nova bateria de exames, porem em um aparelho medidor de ondas cerebrais, conhecido também como EGG, que era uma espécie de capacete com vários e vários fios, semelhante a cabeça de Medusa. Oser usou dois aparelhos de EGG, um para captar dados valiosos da mente enquanto ele estava nos estados meditativos e o outro para fazer uma sinergia com os dados anteriores coletados da MRI.
        Como havia combinado com os pesquisadores, Dalai Lama foi ate a Universidade de Winsconsin. Ele sempre foi  intrigado com algumas questões cientificas e com os tempo vem buscando métodos capazes de resolver tais questões. Ao chegar na Universidade e ser apresentado aos resultados obtidos pelo  MRI com o estudo feito em Oser, Dalai Lama resgata uma das questões que o intriga, “o poder da mente ou a da própria consciência, de administrar o cérebro”.
        Com várias horas analisando os resultados dos exames, a equipe de Madison concluiu que Oser conseguia controlar voluntariamente suas atividades cerebrais por meio de processos mentais, ao contrário da maioria dos pacientes sem treinamento mental que foram submetidos aos mesmos testes, pois esses eram incapazes de se concentrarem exclusivamente em uma única tarefa. Eles concluíram também que durante a meditação para estudar a compaixão, Oser conseguia uma alta frequência de atividade elétrica na área pré-frontal esquerda, aquela que é responsável pelas emoções positivas como felicidade, entusiasmo, alegria, e era exatamente assim que Oser se encontrou naquele momento em que estava fazendo os testes, em um estado onde ele parecia estar em uma felicidade interna enorme. Eis que os pesquisadores pediram para Dalai Lama realizar os mesmos testes em outras pessoas que meditavam neste estado de compaixão, para so assim terem certeza se aquilo era algo natural de Oser ou o resultado de um longo treinamento.
         Um teste muito interessante e surpreendente foi realizado por Paul Ekman e esse teste se chamava Fácil de Emoções. O seu objetivo era reconhecer expressões faciais que passavam em milésimos de segundos em uma tela. Oser e uma outra pessoa que também estava meditando no momento, se saíram melhor que as demais pessoas que ali estavam realizando o mesmo teste. Oser também foi submetido ao teste do susto, onde a pessoa deveria tentar não demonstrar reação ao susto, um reflexo instintivo que o monge budista conseguiu reprimir quase que por completo enquanto meditava, concentrando-se em um único ponto.
        Em um outro teste, Oser tinha que conversar com dois professores, um que era simpático e um outro que era briguento, esse ultimo não conseguiu brigar com Oser pois esse possuía uma expressão muito tranquila e serena e que isso fazia com que as outras pessoas não conseguissem brigar com ele.

       Com isso podemos concluir que todos nos somos capazes de nos concentrarmos em um único ponto, assim como fez Oser durante suas meditações, e dessa maneira nos tornarmos pessoas extraordinárias, mas infelizmente não nos dedicamos o suficiente para alcançar tal objetivo. E a grande maravilha de ser essa pessoa extraordinária é estar sempre buscando um estado de compaixão de nos permite  ser cada dia mais felizes.

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