O texto de hoje será inspirado na obra “Como Lidar com Emoções
Destrutivas” de Dalai Lama e Daniel
Goleman, mais especificamente do seu primeiro capitulo, “ O Lama no laboratório”.
O nosso
personagem principal possui um nome fictício, Lama Oser. Oser nasceu na Europa
e se converteu ao budismo, passou mais de 30 anos recebendo sua educação de
monge tibetano no Himalaia, e teve a honra de passar, também, muitos anos ao
lado de um dos maiores mestres espirituais do Tibete.
Oser foi
convidado a participar de uma pesquisa inovadora, onde seria examinado,
enquanto meditava, pelos mais modernos aparelhos de exame do cérebro. Outros
testes semelhantes a esse já foram realizados, mas não com tamanho
aprofundamento. A pauta dessa pesquisa então, seria avaliar a meditação, afim
de alcançar uma solução pratica para o eterno enigma humano de como lidar com
as diversas emoções destrutivas que possuímos.
Aqui, no
Ocidente, sempre que apresentamos algum tipo de problema, recorremos sempre ao
bom e velho remédio. Oser, porém, fez uma proposta diferente e um tanto quanto
interessante: as pessoas podem realizar mudanças cerebrais e podem também educar
a mente a fim de controlar esses problemas emocionais que as afligem. Uma das
formas de realizar tais mudanças seria por meio da meditação, um dos métodos de
educação da mente que é ensinado pelo budismo.
Com a sua proposta brilhante, Oser foi
convidado por Richard Davidson, um famoso cientista que estava muito
interessado em estuda-lo, a ir ao laboratório da Universidade de Winsconsin, no
campus de Madison. A equipe de Madison
queria escolher um dos mais diversos métodos que meditação que o budismo
tibetano podia oferecer, para estudar. No inicio a equipe sugeriu que fossem
estudados três estados meditativos: uma visualização, a concentração em um
ponto e a geração de compaixão, pois casa um dos métodos apresentava estratégias
mentais totalmente distintas e com isso a equipe podia ter quase certeza de que
encontraria diversas configurações fundamentais das atividades cerebrais.
Depois foram acrescentados outros dois estados, a devoção e o estado aberto,
esse ultimo era um estado de virgília sem pensamentos, onde a mente fica aberta,
vasta e consciente, mas sem atividades mentais intencionais, segundo Oser.
O estudo dos tais métodos envolvia colocar o
Oser em um aparelho de scanner cerebral. Mas, ao contrario da maioria das
pessoas que conhecemos e já ouvimos falar, Oser não estava com medo de entrar
naquela imensa máquina de scanner, a fMRI (ressonância magnética por imagem em
video), pois sua vontade de estar ali e poder ajudar era muito maior. Oser já entrava
na máquina usando fones de ouvido para poder se comunicar com os pesquisadores,
que estavam do lado de fora, e ser orientado por eles durante um longa e repetitiva
série de controles, a fim de garantir
que as imagens estavam sendo capturadas pela máquina. Durante todo o processo,
Oser parecia imperturbável, ele foi submetido a passar pelos estados
meditativos que estavam sendo estudados e ao final quando foi perguntado se
achava necessário repetir algum deles, Oser pediu para repetir aqueles que ele
achava mais importante, o estado aberto, a compaixão, a devoção e a concentração
em um ponto. Após a repetição dos procedimentos, Oser saiu da máquina feliz e
disse que para ele aquilo parecia um mini-retiro.
Em seguida, ele
foi encaminhado para fazer um nova bateria de exames, porem em um aparelho
medidor de ondas cerebrais, conhecido também como EGG, que era uma espécie de
capacete com vários e vários fios, semelhante a cabeça de Medusa. Oser usou
dois aparelhos de EGG, um para captar dados valiosos da mente enquanto
ele estava nos estados meditativos e o outro para fazer uma sinergia com os
dados anteriores coletados da MRI.
Como havia
combinado com os pesquisadores, Dalai Lama foi ate a Universidade de Winsconsin.
Ele sempre foi intrigado com algumas questões
cientificas e com os tempo vem buscando métodos capazes de resolver tais questões.
Ao chegar na Universidade e ser apresentado aos resultados obtidos pelo MRI com o estudo feito em Oser, Dalai Lama
resgata uma das questões que o intriga, “o poder da mente ou a da própria consciência,
de administrar o cérebro”.
Com várias horas
analisando os resultados dos exames, a equipe de Madison concluiu que Oser conseguia
controlar voluntariamente suas atividades cerebrais por meio de processos
mentais, ao contrário da maioria dos pacientes sem treinamento mental que foram
submetidos aos mesmos testes, pois esses eram incapazes de se concentrarem exclusivamente
em uma única tarefa. Eles concluíram também que durante a meditação para
estudar a compaixão, Oser conseguia uma alta frequência de atividade elétrica
na área pré-frontal esquerda, aquela que é responsável pelas emoções positivas
como felicidade, entusiasmo, alegria, e era exatamente assim que Oser se
encontrou naquele momento em que estava fazendo os testes, em um estado onde
ele parecia estar em uma felicidade interna enorme. Eis que os pesquisadores
pediram para Dalai Lama realizar os mesmos testes em outras pessoas que
meditavam neste estado de compaixão, para so assim terem certeza se aquilo era
algo natural de Oser ou o resultado de um longo treinamento.
Um teste muito
interessante e surpreendente foi realizado por Paul Ekman e esse teste se
chamava Fácil de Emoções. O seu objetivo era reconhecer expressões faciais que
passavam em milésimos de segundos em uma tela. Oser e uma outra pessoa que também
estava meditando no momento, se saíram melhor que as demais pessoas que ali
estavam realizando o mesmo teste. Oser também foi submetido ao teste do susto,
onde a pessoa deveria tentar não demonstrar reação ao susto, um reflexo
instintivo que o monge budista conseguiu reprimir quase que por completo enquanto
meditava, concentrando-se em um único ponto.
Em um outro
teste, Oser tinha que conversar com dois professores, um que era simpático e um
outro que era briguento, esse ultimo não conseguiu brigar com Oser pois esse possuía
uma expressão muito tranquila e serena e que isso fazia com que as outras
pessoas não conseguissem brigar com ele.
Com isso podemos
concluir que todos nos somos capazes de nos concentrarmos em um único ponto,
assim como fez Oser durante suas meditações, e dessa maneira nos tornarmos
pessoas extraordinárias, mas infelizmente não nos dedicamos o suficiente para alcançar
tal objetivo. E a grande maravilha de ser essa pessoa extraordinária é estar
sempre buscando um estado de compaixão de nos permite ser cada dia mais felizes.
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